24.10.11

Arte em Nova York - "Richard Hambleton: A Retrospective" at Phillips de Pury & Company

Minha amiga Lisa, que agora virou minha comadre, sim, sou a madrinha do seu filho Otto, quem batizei em uma igreja na Áustria (essa história será apresentada depois) é art dealer, e tem uma galeria de arte na Áustria http://www.lisabird.tv/.

Ela representa artistas do mundo inteiro e tambem vende obras de arte do mundo inteiro.  Ela negogiou uma peça maravilhosa do artista Canadense que mora em NYC Richard Hambleton.  Hambleton tem uma marca famosa dos “Marlboro Man” são homens pintados sentados em cavalos como se fosse uma sombra (veja as fotos abaixo). 
Fui convidada a ir a festa de abertura de seu último show aqui em NYC que aconteceu em Setembro.  Várias celebridades estavam por la, Alessandra Ambrosio, Lauren Hutton, Armani, Nicky Hilton, entre outros, e também figurinhas estampadas da vida social aqui de NYC…
Tinham mais de 60 peças de Hambleton (várias com preços a mais de $1M) dois andares repletos de obras de artes maravilhosas. 

As apresento aqui algumas fotos tiradas por meu amigo que foi comigo a abertura.


Marlboro Man



Meus favoritos!






O de verde é Hambleton


Clá Diniz & Keino Benjamin




Desfile Oscar de La Renta

Minha amiga Marilia Dutra (Brasileira de Goiânia) é a fitting model na famosíssima casa de moda do designer Oscar de la Renta.  Marilia começou a trabalhar pro “Seu Oscar” em meados de 2007 e seu carisma, trabalho duro e perseverança a renderam e continuam rendendo anos lá (agente acha que vida de modelo, é moleza, mas em realidade não é mole não!).  Hoje em dia se encontra em um emprego estável onde todos a respeitam e ela tem a oportunidade de conhecer, conversar e lidar com todos os íconesda moda, como Anna Wintour, André Leon Talley, entre muitos nomes que decido não citar aqui.

Marilia me convidou para assistir ao desfile da Coleção de Spring 2012 do Oscar de la Renta durante a New York Fashion Week. Aqui vão algumas fotos que eu tirei durante o desfile, outras são por da InStyle….

Eu achei a coleção muito românticas.  Cores vibrantes, penas, sapatos de plástico com meias, tafetá, saias românticas, muita renda, todos fizeram parte do show de mágica criado por OdLR. Cabelos bem cheios e frizados, maquiágem bem leve!  Adorei (abaixo as pranchas e vivas os frizados)!

Todos vocês vão ver que estou com um vestido vermelho.  Eu não fazia idéia que era a cor da moda agora. 
Várias atrizes tem usado vestidos vermelhos em apresentações e tapetes vermelhos.


Marilia Dutra fechou o desfile- foto tirada por mim!







Durante o desfile....

Este vestido me fez pensar o quanto a coleção é romântica

Amei essa blusa de renda

Meia soquete e sandália de plástico com vestido de renda.. Lindo!




7.10.11

os cheiros e sabores da infância

Semana da criança. Essa foi a primeira vez, desde a idade adulta, que me deparo com isso. Tudo porque estou dando um pequeno curso para uma turma de professoras. Bom, na maioria mulheres e mais 04 homens. Ontem nosso encontro foi tumultuadíssimo, pois a maioria estava esgotada pela maratona da bendita semana das crianças. O curioso foi que ontem abordei o assunto dos objetos da memória. Venho pensando nisso já há alguns dias, mais especificamente pensando em cheiros da memória, mas disso falamos depois. Ao final da aula, uma aluna, a Cida me procurou e veio contar uma história, que gostaria de relatar. Faço questão disso, pois a memória é traiçoeira e não gostaria de me esquecer desta. Ela me contou que sua família era muito pobre, veio de um povoado no norte de Minas, região miserável do nosso estado. Sua mãe, analfabeta até os 50, criou as 3 filhas fazendo faxina. O que ela mais admirava eram pessoas que soubessem ler e dizia às filhas que "quem sabe ler é inteligente". Cida cresceu com isso e sonhava em ser médica. Mas antes, resolveu ser professora para ganhar dinheiro e entrar para a medicina. O que não ocorreu, primeiro porque ela se casou aos 18, teve filhos, experimentou trabalhar em hospital e viu que tinha pavor de sangue e do sofrimento alheio. Continuou como professora. Ficou afastada dos estudos 14 anos, quando finalmente resolveu voltar a estudar. Com dinheiro apenas para 06 meses de curso preparatório para o vestibular, ela optou pelo curso de Terapia Ocupacional, pois trabalhava com crianças nessa área. Não passou. No entanto, seus professores a orientaram a fazer vestibular em sua área: pedagogia. Ela fez e passou. Na UFMG e na UEMG, as duas maiores instituições de ensino aqui. No dia da matrícula, ao chegar sua vez, tamanho deslumbramento e emoção, ela desmaiou antes de assinar a matrícula. Ao acordar, sentiu na boca um sabor intenso e muito bom, que não conseguiu identificar. Aos poucos, se recuperando, ela lembrou. Era o gosto de cajá manga, uma fruta comida apenas nos dias de felicidade de sua infância. Essa conquista, teve gosto de uma memória de felicidade da infância, uma lembrança suscitada pela aula. Bom, como acaba a história? Assim. E eu vim para casa pensando em como, às vezes, é muito bom ser professor.

Paredes brancas


Outro dia eu comentei sobre o cinema argentino e consegui, finalmente, assistir a Medianeras, a mais recente produção portenha que está em cartaz por aqui. Dirigido por Gustavo Taretto, em nosso país ganhou subtítulo de "Buenos Aires na era do amor digital". Complemento mercadológico e equivocado, como a maioria deles. Primeiro descobri o que eram as benditas medianeras: são as chamadas empenas. Deu na mesma? Ok, são aquelas paredes cegas dos prédios, que por algum tempo serviram apenas para enfeiar, depois ganharam o status de murais de publicidade. O que eu acho que dá na mesma. O sentido das medianeras permeia todo o filme: paredes cegas, vida que se realiza do outro lado. Focado na história de dois jovens vizinhos que não se conhecem, o filme mostra a angústia que permeia a geração Y: cada vez mais plugados e sós, substituem as vivências do real pela mediação do virtual. Gostei muito da simplicidade do diretor na composição do filme e na abordagem dos dramas dessa geração. Simplicidade aparente, assim como os perfis que criamos na rede. A manipulação dos espaços da cidade, a composição gráfica do filme, as falas (quase sempre falas, pouquíssimos diálogos), revelam o domínio cinematográfico e a decepção e falta de expectativa de uma geração acostumada a ter tudo com um clique, mas que não consegue se situar no mundo adulto. O curioso é que eu imaginava um diretor bem mais jovem. Esse está quase a caminho de ser um Mr.50. Mas com tudo pronto para entender e enxergar as novas gerações. Medianeras é, mais uma vez, a demonstração de que bons filmes podem ser feitos com baixíssimos orçamentos. Basta saber contar boas histórias. Ponto novamente para o cinema argentino.